Quilombo - Ramiro E. Villegas

 

A foto acima foi tirada no Quilombo Kaonge, uma de múltiplas comunidades encontradas ao redor da cidade histórica de Cachoeira na Bahia. Uma das coisas que faz essa comunidade única é a sua moeda independente conhecida como sururu. A moeda de sururu foi estabelecida como uma maneira de recolher dinheiro para a comunidade de Kaonge através de doações e estabelecer um banco independente sem juros. O sururu inclusive tem recebido reconhecimento como uma moeda independente pelas outras 17 comunidades tendo o mesmo valor que um real. A comunidade de Kaonge começou com pouco dinheiro, porém por meio de feira organizadas ao lado de outras comunidades da área têm crescido o estoque de dinheiro no seu banco e na sua comunidade. Produtos vendidos nas feiras são feitos pelas mesmas comunidades que produzem tudo à mão como o dendê, licores, remédios, a coleta de pesca etc. Essa mesma independência representada pela comunidade de Kaonge e o que faz os quilombos espaços de extrema importância historicamente e hoje em dia. No passado os quilombos eram comunidades de resistência estabelecidas por pessoas escravizadas que fugiram e criaram espaços seguros para pessoas negras, contudo não só viviam pessoas negras nos quilombos. Existia uma grande diversidade de quilombos, uns que salvaram outras pessoas escravizadas da escravidao, uns que tinham convênios com os donos oficiais das terras, uns que foram estabelecidos nas cidades, outros que foram feitos na mata etc. O maior e mais famoso quilombo na história do Brasil foi Palmares conhecido pela sua resistência contra os tentativos dos portugueses que lutou até o final, liderada pela figura histórica do Zumbi dos Palmares. Os quilombos ainda existem atualmente, alguns tendo sido incorporados aos limites de cidades como Salvador, representando o combate pela igualdade social e a resilencia do povo negro.

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