Gênero e Sexualidade- Maddy Krakar

 

Para minha última postagem neste blog, escolhi uma foto que tirei de um almoço que Dona Maria, a faxineira da minha mãe, preparou. Acho que ajuda a mostrar o papel do gênero no Brasil. Dona Maria é considerada a faxineira pela minha mãe. Apesar do nome, ela faz muito mais que apenas a faxina. Ela também faz outras tarefas domésticas, como a preparação de comida. Ela faz o "trabalho de mulher" na casa. É esperado que ela prepare um almoço grande, mesmo quando só eu estiver almoçando em casa.

Como faxineira, Dona Maria exemplifica a experiência de muitas mulheres, especialmente mulheres negras. Segundo Sueli Carneiro, mais de uma metade das mulheres negras trabalham na esfera doméstica. Dona Maria é apenas uma das milhões de mulheres negras trabalhando, especialmente trabalhando para famílias brancas. Apesar dos avanços das mulheres nos últimos anos, esses avanços afetam mulheres brancas e ricas muito mais que mulheres negras e pobres. Por exemplo, mais mulheres estão estudando cursos que são tradicionalmente masculino, tais como Direito e Medicina. Embora isso seja um avanço grande, as mulheres estudando isso são maioritariamente brancas e de famílias ricas. Mulheres negras não têm tantas oportunidades. 

Outro exemplo é o acesso à saúde. Carneiro fala do acesso à creche; as mulheres que precisam trabalhar para sustentar a família são as que não têm dinheiro para a creche. Acontece também com o aborto. Se uma mulher pobre quiser um aborto, ela vai fazer em uma situação perigosa, em que ela pode até morrer. Outras mulheres têm o dinheiro para viajar para um local onde o aborto não seja criminalizado e ter um aborto muito mais seguro. 

Embora o Brasil tenha alcançado muito mais igualdade do gênero do que no passado, ainda não é igual. Os avanços são mais comuns entre a classe média alta, enquanto mulheres que não são dessa classe ainda têm muitas dificuldades. Por isso, a interseccionalidade tem um papel muito importante no feminismo.